Toda vez que eu escrevo uma postagem no facebook, assim como outros tantos milhões de solitários ou raivosos, quem é próximo de mim, amigos, professores, meu pai, sempre me perguntam: isso foi pra mim? Aquela indireta foi pra mim? Você se sente assim em relação a mim? A mim, nunca a nós, ou você se sente assim em relação ao mundo?
Hoje mesmo eu não ia para a aula. Acho que nem ia sair da cama, tirando o fato de arrumar a cama para depois deitar nela. Ou de colocar as coisas no lugar e tirar o pó dos móveis. Mas aí comecei a pensar, a pensar, a pensar, desde madrugada, na desconjuntura minha interna. Que está havendo? Eu estou feliz e infeliz ao mesmo tempo. Acho que todos nós vivemos numa certa Era da Bipolaridade. A rua é invasiva, mas pelo menos dá a falsa impressão de que algo interessante possa vir a acontecer pelo dia.
De fato a minha tristeza não é tristeza em si, é tédio. Mais um mal da minha geração. O tédio. Das pessoas. Da sua cidade. De si mesmo. De seus gostos. Você precisa levantar para ter um dia igual ou precisa se levantar para forçar novas experiências de exposição emocional e física, e mesmo assim, de um lado para outro eu ainda estava solitária.
Se isso fosse uma postagem de facebook eu teria que escolher cada pequena palavra para não machucar meus amigos de facebook. De facebook, não amigos da vida, veja bem. Se eu colocar em um blog que resgatei e do qual não escrevia há uns três anos, provavelmente ninguém vai ler, e pela primeira vez eu me senti menos sozinha. Porque a intenção era não ser lida. Mesmo que eu publique esse link no meu facebook, poucos, poucos mesmo irão ler.
É isso que vem me deprimindo, Colocar desculpas na frente da minha forma de me expressar. Só escrever com um tema maior. Ser sempre revisada. Tudo isso é divertido e legitima quem escreve. Mas torna a gente paranóico sobre cada postagem ou oração subordinada.
Mas Cecília, você vai à aula?
Acho que sim. Vou para a aula, não para falar com amigos. Pegando a metáfora do blog, de falar sozinha, do alívio disso, me senti menos sozinha para estar sozinha numa grande sala de aula com colegas legais e um amigo que me decepcionou. Mas tudo bem. Sem querer ser Clarice ou sem querer receber um isso foi pra mim, de mim pra mim mesma, não é me sentir solitária que me entristece. É me sentir sozinha e ter de escrever para os outros, roteiros, textos, resenhas, sem nem ao menos escrever para mim. Ao vinte seis, vinte sete anos as epifanias começam a soar falsas, tipo fim de filme de comédia romântica ou final de novela quando as pessoas encontram outras pessoas e a resolução de seus problemas. É bom se isolar. Quando cobram mais do que lhe dão. Quando não lembram o que disseram que fariam por você. Tudo bem nascer e morrer sozinha na vida, mas quando o miolo da vida está bolorento assim, que nem pão velho, a culpa é sua, mas também é dos outros.
E eu vou pra aula sim.
De fato a minha tristeza não é tristeza em si, é tédio. Mais um mal da minha geração. O tédio. Das pessoas. Da sua cidade. De si mesmo. De seus gostos. Você precisa levantar para ter um dia igual ou precisa se levantar para forçar novas experiências de exposição emocional e física, e mesmo assim, de um lado para outro eu ainda estava solitária.
Se isso fosse uma postagem de facebook eu teria que escolher cada pequena palavra para não machucar meus amigos de facebook. De facebook, não amigos da vida, veja bem. Se eu colocar em um blog que resgatei e do qual não escrevia há uns três anos, provavelmente ninguém vai ler, e pela primeira vez eu me senti menos sozinha. Porque a intenção era não ser lida. Mesmo que eu publique esse link no meu facebook, poucos, poucos mesmo irão ler.
É isso que vem me deprimindo, Colocar desculpas na frente da minha forma de me expressar. Só escrever com um tema maior. Ser sempre revisada. Tudo isso é divertido e legitima quem escreve. Mas torna a gente paranóico sobre cada postagem ou oração subordinada.
Mas Cecília, você vai à aula?
Acho que sim. Vou para a aula, não para falar com amigos. Pegando a metáfora do blog, de falar sozinha, do alívio disso, me senti menos sozinha para estar sozinha numa grande sala de aula com colegas legais e um amigo que me decepcionou. Mas tudo bem. Sem querer ser Clarice ou sem querer receber um isso foi pra mim, de mim pra mim mesma, não é me sentir solitária que me entristece. É me sentir sozinha e ter de escrever para os outros, roteiros, textos, resenhas, sem nem ao menos escrever para mim. Ao vinte seis, vinte sete anos as epifanias começam a soar falsas, tipo fim de filme de comédia romântica ou final de novela quando as pessoas encontram outras pessoas e a resolução de seus problemas. É bom se isolar. Quando cobram mais do que lhe dão. Quando não lembram o que disseram que fariam por você. Tudo bem nascer e morrer sozinha na vida, mas quando o miolo da vida está bolorento assim, que nem pão velho, a culpa é sua, mas também é dos outros.
E eu vou pra aula sim.
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